arquivo digital da poesia experimental portuguesa

Resumo do projecto PO.EX'70-80versão para impressão
Teve início em Março de 2010 e terminou em Fevereiro de 2013 o projecto PO.EX'70-80 - Arquivo Digital da Literatura Experimental Portuguesa, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia com fundos do MCTES e do FEDER/UE (Refª: PTDC/CLE-LLI/098270/2008). A Fundação Ensino e Cultura Fernando Pessoa foi a Instituição proponente do projecto e o Centro de Estudos Culturais, da Linguagem e do Comportamento da FCHS da UFP a Unidade de Investigação. A equipa de investigação deste projecto foi coordenada por Rui Torres e constituída por investigadores da UFP, alunos de doutoramento e pós-doutoramento da UFP e investigadores convidados.
O projecto PO.EX'70-80 teve como objectivo recolher, classificar e reproduzir, em formatos digitais, a poesia visual e sonora, a videopoesia, o happening e a literatura cibernética dos anos 1970 e 80. Caracterizado pela abertura e o livre acesso de recursos, este projecto pretendeu contribuir para a continuação de um trabalho de preservação desta herança literária. Partindo de um reconhecimento teórico-crítico da articulação de vários processos de mediação na poesia contemporânea, propôs-se uma taxonomia de conceitos que permite organizar, compreender e classificar as relações conceptuais evidentes na produção poética experimentalista. A digitalização e recriação dos vários materiais foi ainda enquadrada por um conjunto de textos teóricos que produzimos e traduzimos. A criação de uma plataforma digital para divulgação da literatura experimental permitirá a todos o acesso a revistas, catálogos, textos teóricos e manifestos, livros de autor, páginas pessoais, bibliografias e entrevistas com os poetas. 

livros por encadernar



Hoje, o tempo faz conversa, voltou a vontade de escrever em mim. Aliás, não é vontade, é revelação, tinta na ponta das unhas e depois a_fluência de páginas por encadernar. Um livro sem armação nem barragens. A mão é o que tenho para mover mais solto, mais rápido, os dedos servem de bico de obra. Vou me construindo de dentro o que deito cá para fora. O caminho faz-se e eu faço-me à estrada, digamos desta forma a empreitada. A vida. Aos tropeções. Construo com tranças, pés embaraçados e misturo-lhe o desejo. [Tento pensar a minha vida do exterior, vê-la passar na rua enquanto sinto o golpe da força matinal.] É de memórias e de boas lembranças o que me ocorre. É da sensação de um novo começo que me acontece este desvario. A escrita a gosto. Fico por aqui. Da janela, capa transparente, ainda te avisto. Ainda és tu do muito que tenho a dizer. E sobre isso, prefiro um desenho, as minhas figuras de letras tristes tentarei vesti-las de riscas e subir-lhes os cantos da boca. Depois, deixarei uma linha no cabeçalho da folha de rosto. Sem nota de rodapé... ou talvez uma pequena citação de ibidem... Sem remate final o que me resta dizer é demasiado.

in escrito/fotográfico - projeto livro manufaturado Silêncio/Ruído : ©cristina de oalves