As temáticas abordadas nos trabalhos, de livros de artista, fanzines, cadernos e objetos-livro foram, desde os manifestos das vanguardas artísticas da primeira metade do Século XX, como aos manifestos de carácter social e político, relacionados com princípios e direitos democráticos. Todos procuraram estabelecer uma relação entre a importância da sua construção histórica e a necessidade de os relembrar no presente.Tornando assim as premissas definidoras de conceitos e práticas a eles inerentes, sejam no domínio mais específico das expressões artísticas, sejam no âmbito da vida do dia a dia, mais capazes de serem cumpridas, clarificadas e em simultâneo remanescentes mas adaptadas ao mundo actual.
A exposição de livros de artista pensada para este ano no evento “aos papéis” vem enfatizar dois caminhos que se cruzam, os 100 anos da criação da Fonte de Marcel Duchamp (1917) e o tema das Vanguardas artísticas através dos seus Manifestos.
Como pensar e fazer “livros” que sejam manifestações de um “outro” e/ou de uma “outra” forma, conceito, linguagem e simultaneamente possam ser o que são, como livros mas também como objetos, gestos, imagens, palavras, pensamentos, instantes e/ou memórias abertas à reflexão: do seu enquadramento artístico, das suas múltiplas definições e do seu estatuto na arte.