Recortes de Fragmentos das Cit-ações (Livro de Artista) 2013-21016








































Ler um texto ou uma imagem, pensá-los, explaná-los, são exercícios de associação, de cruzamento de ideias e de memórias, de modo consciente ou inconsciente apropriamo-nos dos sentidos por eles convocados e extraímos deles os focos de atenção ora provocados ora provocadores. Não sei se haverá algo de novo em nós a não ser nós mesmos, e mesmo assim até isso é passível de ser conjeturado se atendermos aos factores genéticos, ao ADN, às heranças culturais, e a todas as hereditariedades do ser e do fazer. O que haverá de novo aqui, nestes cadernos-livro inseridos em capas vermelhas, são exercícios de aprendizagem, são construções singulares feitas de pequenos recortes, de fragmentos e de citações, conferindo-lhes um outro significado. “A apropriação artística pode a princípio ser pensada como uma prática para endossar a corrente que afirma que a autoria na arte é uma noção ultrapassada ou equivocada. (…) a apropriação reside no fato de que os artistas vêm propor algum novo sentido ou tornar possível uma nova leitura a partir da obra escolhida para então assim tornar seu trabalho legítimo de alguma forma.” Da mesma maneira que quando as citações teóricas passam a ser uma acção dá-se muitas vezes a perda do nome do autor porque a sua identidade passa a ser de quem as coloca em prática e não de quem as teoriza. 
Texto: Cristina de OAlves (Madame Zine)

Técnica/Materiais: Capas vermelhas Moleskine, jornais, recortes, colagens, desenhos, impressões em fotocópia, carimbos.